quarta-feira, outubro 10, 2007

Que futuro para a indústria discográfica? ou Radiohead vs Pearl Jam

O mais que aguardado disco dos Radiohead acaba de sair, mas não nas lojas!! chega sim aos computadores de todo o fã que o comprar pelo preço que considerar justo mesmo que esse preço seja de 0 euros, isto sem qualquer editora como intermediária. Será que chegamos ao fim da indústria musical?
Alguns dizem que estamos perante uma revolução,quase todos que este golpe de marketing tem como objectivo atingir a industria tal como a conhecemos. Os Radiohead afirmam que tudo isto se deve á pirataria e que o seu último albúm(Hail to Thief) vendeu muito menos que os anteriores e que desta forma só veêm esta possibilidade de distribuição do disco (site da banda) com um pequeno senão !! a partir de agora têm legitimidade para pedir muito mais pelos concertos...Agora vejam!
Do outro lado do Atlãntico, já à muito que outra banda de reconhecido nome se apercebeu no quanto a pirataria iria prejudicar as vendas de cd´s, mas os Pearl Jam adoptaram por uma política mais pacífica e inteligente:
1- uma atitude positiva em relação ao mercado - cd´s ao preço possível e a pirataria como inevitável
2- diminuição do preço dos bilhetes dos concertos(velha luta com a Ticketline nos EUA) consequentemente mais gente nos concertos; até pq hoje em dia a musica chega--nos como quem vai ao supermercado com o surgimento do myspace que o digam os arctic monkeys (considerada o primeiro grande fenónemo myspace)e no lugar de um concerto multiplica-los em 3 ou 4 que acontece não muito longe daqui
3- Aposta no merchandising
4- Venda dos direitos de canções para anúncios e toques de telemóvel
Neste momento os Pearl Jam são das bandas que mais concertos dão no mundo e provavelmente das mais lucrativas pelo menos no Universo do Pop Rock.
Parece que o problema está na forma de lidar com o mercado e na atitude...

2 comentários:

Fio de Beque disse...

Infelizmente o litígio que enfrentou os pearl jam com a gigante ticketmaster em 94, pela altura do conceptual Vitalogy teve um desenlace desfavorável a favor da música. Os pearl jam perderam em tribunal, a ticketmaster manteve o preço dos bilhetes acima dos 20$US e como resultado não houve tour esse ano... Grande foi a ideia das bootlegs oficiais. já que não podiam travar o progresso de mercados paralelos (antes do napster e afins já existiam lojas underground a viver à custa da venda de bootlegs não oficiais) começaram a gravar os concertos com alta qualidade combatendo desta forma a proliferação de gravações da treta. a filosofia era "já que vais gastar dinheiro para ter o concerto a que assististe, mais vale que tenha qualidade".
Quanto aos Radiohead levantam-se questões diferentes. Esta banda não ignora o momento alto no qual se encontra há já uns anos e sabe perfeitamente que "vender" o novo álbum da forma que o vai fazer só traz vantagens. primeiro, devido ao mediatismo desta opção "comprem-nos o disco pelo preço que nos dite a vossa consciencia" conseguem uma publicidade (mais e mais) impagável. segundo, os radiohead não são propriamente um lionel richie a vender discos, sabem perfeitamente que os fãs vão deixar umas quantas libras pelo amor à camisola... é tudo um risco muito controlado e suponho que cada banda terás as suas ideias para fazer frente ao que se passa neste momento.
no fim o que conta é a música e independentemente do que possa vir no futuro não acho que os melómanos cedam em deixar de comprar os seus discos.

rscastro disse...

concordo com a maioria das coisas que disseste, mas o principal problema não é a forma como a música (que é para nós o que mais interessa) nos chega, mas o facto que para bandas, que não são da grandeza dos Radiohead, ficam de certa forma desprotegidas no que diz respeito á distribuição, publicidade etc. Mesmo com os canais gratuitos que hoje a internet oferece, não me parece que muitas boas bandas se possam "safar" no cenário que se avizinha...